Responsável por manter trabalhadores em situação análoga à escravidão é preso em Pirajuí

  • Jamile Diniz

(Foto: TV TEM)

Nesta quarta-feira (21), um dos responsáveis por uma carvoaria que mantinha seus trabalhadores em situação análoga à escravidão em Pirajuí foi preso. O caso ocorreu entre os anos de 2007 e 2008, quando 10 vítimas eram submetidas a jornadas extensas de trabalho e condições de vida degradantes. De acordo com a Polícia, os trabalhadores não recebiam salários e viviam em alojamentos sem quaisquer condições de higiene básica.

Ainda nesta terça (20), um mandado de prisão definitiva foi expedido contra Daniel Antônio Cinto – um dos responsáveis pelo negócio – a pedido do Ministério Público Federal (MPF) à 1ª Vara Federal de Bauru.

Daniel foi sentenciado a cinco anos e 10 meses de reclusão em regime semiaberto. Encontrado em sua casa pela Polícia Federal, o homem foi levado ao Presídio Militar Romão Gomes, na capital paulista. Já Maria Helena Cinto – que também integra o processo e esteve à frente da carvoaria por dois meses – foi condenada a serviços comunitários por três anos e sete meses, além de pagar uma prestação pecuniária de R$5 mil. De acordo com o MPF, os dois devem arcar com as multas determinadas pela Justiça, bem como as custas processuais.

Entenda o caso

O crime ocorreu entre janeiro de 2007 e junho de 2008 nas dependências de uma fazenda na área rural de Pirajuí. As vítimas não apenas não eram remuneradas pelos serviços prestados, como também tinham que pagar pelos equipamentos necessários ao trabalho, como motosserras. Além disso, toda a alimentação e os mantimentos eram cobrados dos trabalhadores.

Já as instalações onde as vítimas ficavam alojadas, não dispunham de chuveiros ou água para banho nem possuíam espaço para necessidades fisiológicas dos trabalhadores.

O MPF denunciou o caso em 2013. Além dos já mencionados Daniel e Maria Helena, Tadeu Estanislau Bannwart também era responsável pela carvoaria e foi condenado em 2017 com os outros dois. Entretanto, por já ter mais de 70 anos na data da sentença, a punição de Tadeu foi considerada extinta.

Revisado por Alexandre Pittoli