Profissionais da saúde são agredidas por paciente na UPA Ipiranga

  • Jamile Diniz

Nesta terça-feira (17), uma enfermeira e uma técnica de enfermagem foram agredidas na UPA da Vila Ipiranga, em Bauru. De acordo com a enfermeira Juraci Maria Fernandes, uma mulher foi até a unidade de saúde como acompanhante do irmão e, embora não fosse o caso, o atendimento dele foi classificado como prioritário. A acompanhante, depois de 14 minutos no local, se desentendeu com Juraci e a agrediu.

Em entrevista ao Jornal da Cidade, a enfermeira conta que foi empurrada contra a parede, além de receber socos da mulher. Ao ver que Juraci estava sendo agredida, a técnica de enfermagem Lilian de Farias Silva foi ao seu socorro e também recebeu um soco no olho direito. No momento da confusão, diversos pacientes filmavam a briga com celulares e instigavam a acompanhante a bater ainda mais nas profissionais de saúde.

De acordo com Lilian, o caso não é isolado: “As agressões verbais têm ocorrido diariamente. E, fisicamente, não foi a primeira vez. Já apanhei outras vezes e na semana passada uma médica foi agredida aqui”. A técnica em enfermagem pontua que os servidores trabalham sem nenhum tipo de segurança e que os vigilantes da unidade afirmam serem patrimoniais e que devem cuidar somente das instalações. “Ou seja, não pode quebrar o patrimônio, mas o servidor pode quebrar”.

No momento das agressões desta terça-feira, a vigilante da empresa terceirizada, que possui treinamento, não socorreu nem tentou proteger as funcionárias da UPA. “Ela simplesmente deixou o local, se escondeu. Queremos trabalhar com dignidade. Escolhemos salvar vidas, não vamos desistir disso, mas queremos respeito e segurança. Hoje estamos com medo da Covid e da própria população”, pontua.

Um boletim de ocorrência de “vias de fato” foi registrado pela Polícia Militar e Juraci e Lilian comunicaram a Secretaria de Saúde, entretanto, a pasta ainda não enviou ninguém para ouvir as profissionais.

Revisado por Alexandre Pittoli