Jamile Diniz
Bauru registrou um aumento de cerca de 30% nos casos de gravidez durante a adolescência. Em 2019, o número de adolescentes grávidas era de 195, já em 2020, houve um crescimento para 260. Apenas os nascimentos que ocorrem na rede pública de saúde são considerados nesse levantamento realizado pelo Conselho Tutelar I.
Em meio ao crescimento das gravidezes nessa faixa etária, um outro índice também chama a atenção: a idade mínima dessas adolescentes foi reduzida de 13 para 12 anos. De acordo com o conselheiro tutelar, Casemiro de Abreu Neto, esse fato se explica por dois motivos principais: a disfunção familiar vivida por muitas dessas jovens e a inércia do Poder Público, seja este municipal, estadual ou federal.
Casemiro conta que, em sua rotina, percebe que muitas dessas adolescentes não tiveram um pai presente e que, por isso, buscam compensar essa falta de afeto entrando em relacionamentos cada vez mais jovens. Isso, combinado à falta de informações sobre prevenção, gera gestações precoces.
O conselheiro acredita que para que a situação seja revertida, é necessário que programas de aconselhamento aos pais e adolescentes sejam instituídos nas escolas, como já está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Revisado por Alexandre Pittoli