Botucatu terá toda a população adulta imunizada por pesquisa da vacina Oxford/AstraZeneca

Nesta terça-feira (27), o Ministério da Saúde anunciou que Botucatu sediará uma pesquisa de vacinação e testagem em massa com o imunizante Oxford/AstraZeneca.

A iniciativa engloba a testagem em massa combinada ao sequenciamento genético da Covid-19. Além disso, toda a população adulta será vacinada com doses do imunizante. De acordo com o Ministério, Botucatu foi escolhida por fazer parte de uma região em que há uma série de condições que favorecem esse tipo de análise. O período de duração estimado é de oito meses, tempo em que as duas doses serão aplicadas enquanto a população é acompanhada.

Aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), a pesquisa deve ter início em breve e as doses de vacina serão cedidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Toda a população adulta de Botucatu será imunizada e, de acordo com o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, "Essa pesquisa trará resposta acerca do que queremos saber sobre o uso da vacinação".

A Universidade Oxford, o laboratório AstraZeneca, a Fiocruz e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) também atuaram como parceiros da iniciativa, bem como a Prefeitura de Botucatu e a Fundação Gates.

Algumas medidas adotadas pela cidade – a exemplo da testagem de todos os sintomáticos de síndromes gripais com o exame RT-PCR desde que a pandemia teve início – tornaram possíveis o desenvolvimento da pesquisa. Além disso, dos 150 mil habitantes de Botucatu, cerca de 106 mil têm mais de 18 anos.

Todos os casos positivados de Covid-19 na região serão sequenciados, sendo possível, assim, compreender a efetividade da vacina produzida pela Fiocruz contra as cepas que circulam no município.

Hélio Angotti, secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, diz que a pesquisa será de enorme importância, posto que trará informações cruciais a respeito do planejamento da imunização em todo o Brasil "Poderemos ter mais informações dessas variantes e da relação com a vacina. É uma pesquisa muito importante, eu diria não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro", pontua.

Revisado por Alexandre Pittoli